quarta-feira, 27 de março de 2024

Um quinto dos alimentos produzidos pelo mundo em 2022 foi desperdiçado


O mundo desperdiçou cerca de um quinto dos alimentos produzidos globalmente em 2022, ou seja, 1.050 milhões de toneladas de comida, avançou hoje um relatório das Nações Unidas, referindo que 60% deste desperdício foi feito por famílias.

De acordo com o Relatório do Índice de Desperdício Alimentar do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA), cada pessoa desperdiçou 79 quilos de alimentos naquele ano.

O número significa que, do total de alimentos desperdiçados, 60% (631 milhões de toneladas) provieram de famílias, enquanto 28% foram da responsabilidade de serviços alimentares e 12% do retalho, sublinhou o documento hoje divulgado.

“Num ano em que um terço da humanidade enfrentou insegurança alimentar, cada lar deitou fora o equivalente a mil milhões de refeições por dia, ou seja, 1,3 refeições diárias para pessoas afetadas pela fome no mundo”, apontou a análise.

O desperdício alimentar, alerta o PNUMA, gera entre 8% e 10% das emissões globais de gases com efeito de estufa, o que é quase cinco vezes mais do que as emissões totais do setor da aviação.

A situação continua a prejudicar a economia global e a alimentar as alterações climáticas, além de representar um grave prejuízo para a natureza e um aumento da poluição.

“O desperdício alimentar é uma tragédia global. Milhões de pessoas passam fome devido ao desperdício alimentar em todo o mundo”, afirmou a diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen, na apresentação do relatório.

Um problema que, lembram os investigadores, não é apenas dos países ricos.

“É um problema global”, defendeu o coautor do relatório e diretor da organização britânica de resíduos WRAP, Richard Swannel.

Os autores do relatório garantiram que as diferenças no desperdício alimentar ‘per capita’ dos agregados familiares entre países de rendimento elevado e países de rendimento mais baixo eram surpreendentemente pequenas.

“Os dados são realmente claros neste ponto: este é um problema mundial que todos nós poderíamos resolver amanhã, seja para poupar dinheiro ou para reduzir o impacto ambiental”, sublinhou ainda Swannel.

A análise das Nações Unidas, publicada numa altura em que as crises alimentares se aprofundam em várias regiões, como na Faixa de Gaza ou Sudão, visa acompanhar o progresso dos países para atingir o objetivo de reduzir para metade o desperdício alimentar até 2030.

De acordo com os investigadores, atualmente apenas quatro países do G20 (as 20 economias mais ricas e emergentes) – Austrália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, além da União Europeia (UE) – têm possibilidade de cumprir o objetivo até daqui a seis anos.

No último relatório publicado, referente a 2021, o PNUMA concluía que se tinha desperdiçado 17% dos alimentos produzidos nesse ano em todo o mundo, ou seja, 1.030 milhões de toneladas de comida.

No entanto, os autores do estudo alertaram que as comparações não devem ser feitas diretamente entre valores dos dois anos, já que o número de países que reportaram dados quase duplicou.

terça-feira, 26 de março de 2024

Green Life World - aumenta já a eficiência energética da tua casa com estas pequenas melhorias


Descobre algumas melhorias que podes implementar para aumentar a eficiência energética da tua casa e poupar centenas de euros por ano.

As maiores poupanças que se podem fazer começam dentro de casa. E uma casa poupada é, sem dúvida, uma habitação na qual existe eficiência energética. Seja avançando com algumas obras ou apenas com pequenas mudanças, é possível eliminar fugas de calor e evitar gastos extra no orçamento familiar para aquecer ou arrefecer as divisões. Além disso, as energias renováveis são já muito expressivas em Portugal. Fica a saber como aumentar a eficiência energética da tua casa.

Em que consiste a eficiência energética?
A eficiência energética consiste em utilizar racionalmente a energia de forma a gerar o menor gasto possível. Neste sentido, as energias renováveis são as mais eficientes, tanto a nível do aquecimento das águas como de climatização. A instalação de painéis solares em casa pode-te ajudar a alcançar uma redução de 60% no consumo de energia para aquecimento de águas sanitárias.

Porém, o investimento inicial em painéis solares normalmente é avultado, obrigando os consumidores com maiores preocupações ambientais a desembolsarem, de uma só vez, uma grande quantidade de dinheiro para poderem ter este tipo de instalação em casa. Contudo, este tipo de investimento pode ser faseado em prestações mensais, se financiares o investimento com um empréstimo especializado para energias renováveis.

Ainda assim, para auxiliar os proprietários a aumentarem a eficiência energética das suas habitações, a 13 de abril de 2018 o Governo lançou o programa Casa Eficiente 2020, que visa conceder empréstimos para o efeito.

Que obras são necessárias para melhorar a eficiência energética?
Para além da instalação de painéis solares, já referida como solução, existem outras melhorias que podem ser levadas a cabo numa habitação para que esta se torne mais eficiente energeticamente.

Isolamento térmico
Desde logo, a aplicação de isolamento térmico nas paredes, pavimentos e cobertura é essencial para aumentar a eficiência energética de uma casa, visto que minimiza a fuga de calor do interior para o exterior. O isolamento é feito com materiais termicamente muito resistentes, o que faz com que haja menor perda de energia do interior para o exterior no inverno e sobreaquecimento no verão.

Quanto melhor for o isolamento de uma casa, mais será possível evitar o investimento em aquecimento central e/ou ar condicionado para aquecer ou arrefecer as divisões. Isto traduz-se numa grande redução de consumos e, consequentemente, em poupança na fatura da luz.

Atualmente, os tipos de isolamento térmico que existem são vários: lã de vidro, lã de rocha, espuma de poliuretano, poliestireno expandido, poliestireno extrudido e aglomerado de cortiça.

Substituição de janelas
E se o isolamento nas paredes, cobertura e pavimento é essencial, também é necessário pensares num dos fatores que mais pode contribuir para a perda de calor: as janelas. Estas devem ter caixilharia em PVC para que se mantenha o ambiente isolado e se evitem perdas de calor, que levam a gastos acrescidos no aquecimento.

Além disso, o ideal é teres vidros duplos, porque, para além de atenuarem o ruído exterior, permitem controlar a temperatura dentro de casa.

Eletrodomésticos com baixo consumo
Normalmente, quanto mais antigo for um eletrodoméstico, mais elevado será o seu consumo energético. Para gastar o mínimo possível em energia, o ideal é recorrer a eletrodomésticos com classificação energética A. Hoje em dia, todos os eletrodomésticos possuem esta certificação.

Lâmpadas LED
Substituir as lâmpadas incandescentes por LED é também fundamental – para além de durarem muito mais, gastam menos eletricidade. Mesmo que não substituas todas as lâmpadas por estas, basta trocares uma parte para poupar.

Existem outras soluções para aumentares a eficiência energética de uma casa – controlar a temperatura do esquentador, por exemplo -, para além de que pequenas obras para colocação de isolamento ou substituição de caixilharias podem fazer toda a diferença na poupança e, por conseguinte, no orçamento mensal de uma família. Com um financiamento para obras, é possível fazeres as mudanças necessárias em casa e pagares, todos os meses, uma prestação acessível.

Em 2023, de acordo com um comunicado da REN (Redes Energéticas Renováveis), a produção renovável abasteceu 61% do consumo de energia elétrica em Portugal. Pequenas mudanças, grandes resultados.

segunda-feira, 25 de março de 2024

Investigação: Do Pinhal à Central


A Biofuelwatch e a ZERO acabam de lançar uma investigação em vídeo sobre o fornecimento de madeira pela fábrica de pellets Pinewells, no centro de Portugal, cujo maior cliente é a Drax.

A Pinewells, que pertence ao Grupo Português Visabeira, utiliza grandes quantidades de madeira em troncos de pinheiro maduro. O vídeo apresenta provas de que a Pinewells obteve parte da madeira de cortes rasos na reserva natural montanhosa da Serra da Lousã e no sítio Natura 2000.

O vídeo também analisa os impactos mais amplos da utilização em larga escala de madeira de pinho para pellets de madeira nas florestas de pinheiros e nas indústrias de produtos de madeira em Portugal. Segundo dados da associação da indústria da madeira de pinheiro Centro PINUS, Portugal perdeu 27% da sua área florestal de pinheiro e 35% em termos de produtividade dos pinhais em 15 anos. 20% de toda a madeira de pinho vai para pellets de madeira, sendo o segundo maior consumidor de pinho do país.

Exportamos o nosso "petróleo" verde, (árvores autóctones) aquele que ainda assegura o equilíbrio de diversas espécies de fauna e flora.
Derivado da sua componente eficientíssima do ponto de vista resinoso e convertido em kW/h.
Para a indústria das celuloses estas acções só poderiam ser positivas, pois aqueles milhares de hectares vão dar espaço ao eucalipto, e porquê? Porque o argumento vai ser este: "Não podemos estar muito tempo sem árvores nestes espaços carecas, onde a erosão e outros riscos de catástrofes naturais é pior que o eucalipto!"
O desfecho será óbvio!

Música do BioTerra: Flesh - Schwarze Sonne (Sol Negro)


"Sometimes the best map will not guide you, you can’t see what’s round the bend. Sometimes the road leads through dark places, sometimes the darkness is your friend." ~ Bruce Cockburn, 1996

História do Sol Negro
Explicação pelo Antropólogo Arith Härger

domingo, 24 de março de 2024

Desilusão: nas asas do destino

Por Helena Freitas
A desilusão é um estado emocional complexo, muitas vezes difícil de expressar, que se instala quando a realidade se distancia da ilusão que acalentávamos. Constitui um ponto de viragem na jornada de cada um, um momento de confronto com a realidade que pode abalar, perturbar, e até mesmo desencorajar. É uma condição da alma que pode ser tanto superficial quanto profunda, efémera ou duradoura, mas que invariavelmente deixa marcas nas nossas vidas e escolhas futuras.
É importante reconhecer que a desilusão também pode ser um catalisador pessoal. Obriga-nos a refletir sobre nossas escolhas e a amadurecer diante das circunstâncias que nos rodeiam. As cicatrizes que deixa, mesmo que momentâneas, podem ser transformadoras, impulsionando-nos a reavaliar os nossos caminhos e a buscar novos destinos. A desilusão, paradoxalmente, pode abrir portas.
Por que não encarar a desilusão como uma oportunidade para um novo começo? Em vez de do fim de um sonho, pode ser o início de uma jornada diferente, repleta de possibilidades. É nesses momentos desafiadores que descobrimos a nossa verdadeira força e capacidade de adaptação. Então, sim, por que não transformar a desilusão numa porta aberta para um novo caminho?

Por João Soares
Muito optimista essa visão. O problema é quando há/chegamos a crise económica familiar. A crise transforma-se em casos de violência doméstica, filhos contra pais, pais contra filhos. Há um sombra diáfana por detrás disto: a pobreza por causa de uma austeridade provocada pelos ultra-ricos que decidem o destinos das nossas vidas. No fio desta reflexão chegamos ao conceito de citizenwahing.

Ponto de situação da Energia Nuclear no Mundo


Europa, EUA e China
Numa cimeira internacional sobre energia nuclear que decorreu durante um dia em Bruxelas, na Bélgica, 34 nações apoiaram uma declaração de apoio à energia nuclear. Os países apelam aos reguladores para que desbloqueiem totalmente o potencial da energia nuclear, numa declaração que tinha como principal objetivo atrair o apoio dos bancos de desenvolvimento para financiar a sua instalação e manutenção. Além de se comprometerem com a construção de novas centrais nucleares em geral, a declaração também defende a rápida implantação de reatores avançados, incluindo pequenos reatores modulares, em todo o mundo. No entanto, acrescenta que, na Europa, ainda existem alguns países, como a Alemanha e a Áustria, que se opõem ao nuclear e querem que o investimento em energia com baixo teor de carbono se concentre nas energias renováveis. Fontes: AP, Euronews e Reuters.

Alemanha
Um estudo encomendado pelo Serviço Federal Alemão para a Segurança da Gestão dos Resíduos Nucleares, examinou os vários tipos de reatores nucleares em desenvolvimento no mundo, analisando a sua economia, segurança e potencial de resíduos radioativos e conclui que os problemas conhecidos da tecnologia nuclear não são susceptíveis de serem resolvidos pelos novos tipos de reatores. No entanto, políticos dos partidos União Democrata-Cristã da Alemanha (CDU) e Partido Democrata Livre (FDP) propuseram recentemente o relançamento da energia nuclear. Martin Schlak, Der Spiegel.

Austrália
O Dr. Alan Finkel, presidente do Centro de Excelência ARC para a Biotecnologia Quântica da Universidade de Queensland e antigo cientista-chefe da Austrália, explica que, apesar das recentes posturas políticas na Austrália, o país não está prestes a assistir a um aumento dramático da energia nuclear. "Embora a energia nuclear possa ressurgir a nível mundial e vir a ter um papel na Austrália, neste momento, por muita intenção que haja de ativar uma indústria de energia nuclear, é difícil de prever antes de 2040", afirma. Finkel atribui esta situação aos custos elevados e aos prazos longos, salientando que a Austrália é a única nação do G20 a ter uma proibição legislativa da energia nuclear, que teria de ser levantada antes de se poderem construir reatores. A nação também estaria a começar do zero e é "improvável que a Austrália passe de retardatária a líder", salienta. Finkel afirma que a energia eólica e solar devem ser a prioridade na Austrália e que "qualquer apelo para passar diretamente do carvão para o nuclear é efetivamente um apelo para atrasar a descarbonização do nosso sistema de eletricidade em 20 anos".

Música do BioTerra: Chelsea Wolfe - Everything Turns Blue


I've been living without you here and it's alright
I'd been looking for a way out a long time
I've been living without you here and I can fight
I've been living softly my whole life

To smoke, to dance, to fly
To breathe into the night
It falls and everything turns blue
To fuck, to feel the same in the end
To hurt, to steal
You were so unreal

I've been thinking about you, heavy on my mind
I've been losing days here, do you know what that's like?
I've been thinking about you, fucked me up in my dreams
What do I have to do to heal you out of me?

You were, you were so unreal
You were, you were, you were so unreal

sábado, 23 de março de 2024

Lua Cheia de Março 2024 - Lua da Minhoca


Porque neste mês as minhocas começam a aparecer no solo que finalmente aquece depois do frio do inverno. Aliás, as minhocas atraem tordos e outras aves, que são realmente o sinal da primavera!

sexta-feira, 22 de março de 2024

Música do BioTerra: Billy Morrison - Drowning


Let me paint the picture for all to see
You got a head full of lies, we all agree
The information don't make sense
Another motherfucker just sitting on the fence
Losing lives, would you throw in high-fives?
Please advise, don't compromise
Lay it down, for once, for real
Gotta get off of this spinning wheel
It's your atrocity

Drowning, I'm drowning
Look into my eyes
Feel the weight inside
Drowning, I'm drowning
Now I'm breathing all your lies

Another invitation to fuck things up
And now I'm sipping sheepish from a plastic cup
I got a 911 and I'm reeling
I don't understand this feeling
Gotta keep it going, baby, never stop
I gotta make my way to the highest rooftop
Another day with a different face
Yeah, I'm a fucking disgrace
It's your atrocity
My sweet monotony

Drowning, I'm drowning
Look into my eyes
Feel the weight inside
Drowning, I'm drowning
I'm going under

Drowning, I'm drowning
Look into my eyes
Feel the weight inside
Drowning, I'm drowning
Welcome to the masquerade
Let's have a big parade
I'm gonna drown again
We're gonna see the end
We're gonna drown again

A Revolution in American Foreign Policy


A sad fact about the politics of Washington is that some of the most important issues facing the United States and the world are rarely debated in a serious manner. Nowhere is that more true than in the area of foreign policy. For many decades, there has been a “bipartisan consensus” on foreign affairs. Tragically, that consensus has almost always been wrong. Whether it has been the wars in Vietnam, Afghanistan, and Iraq, the overthrow of democratic governments throughout the world, or disastrous moves on trade, such as entering the North American Free Trade Agreement and establishing permanent normal trade relations with China, the results have often damaged the United States’ standing in the world, undermined the country’s professed values, and been disastrous for the American working class.

This pattern continues today. After spending billions of dollars to support the Israeli military, the United States, virtually alone in the world, is defending Prime Minister Benjamin Netanyahu’s right-wing extremist government, which is waging a campaign of total war and destruction against the Palestinian people, resulting in the deaths of tens of thousands—including thousands of children—and the starvation of hundreds of thousands more in the Gaza Strip. Meanwhile, in fear-mongering around the threat posed by China and in the continued growth of the military industrial complex, it’s easy to see that the rhetoric and decisions of leaders in both major parties are frequently guided not by respect for democracy or human rights but militarism, groupthink, and the greed and power of corporate interests. As a result, the United States is increasingly isolated not just from poorer countries in the developing world but from many of its long-standing allies in the industrialized world, as well.

Given these failures, it is long past time to fundamentally reorient American foreign policy. Doing so starts with acknowledging the failures of the post–World War II bipartisan consensus and charting a new vision that centers human rights, multilateralism, and global solidarity.

A shameful track record 
Dating back to the Cold War, politicians in both major parties have used fear and outright lies to entangle the United States in disastrous and unwinnable foreign military conflicts. Presidents Johnson and Nixon sent nearly three million Americans to Vietnam to prop up an anticommunist dictator in a Vietnamese civil war under the so-called domino theory—the idea that if one country fell to communism the surrounding countries would fall as well. The theory was wrong, and the war was an abject failure. Up to three million Vietnamese were killed, as were 58,000 American troops.

The destruction of Vietnam was not quite enough for Nixon and his Secretary of State Henry Kissinger. They expanded the war into Cambodia with an immense bombing campaign that killed hundreds of thousands more people and fueled the rise of the dictator Pol Pot, whose subsequent genocide killed up to two million Cambodians. In the end, despite suffering enormous casualties and spending huge amounts of money, the United States lost a war that never should have been fought. In the process, the country severely damaged its credibility abroad and at home.

Washington’s record in the rest of the world was not much better during this era. In the name of combating communism and the Soviet Union, the U.S. government supported military coups in Iran, Guatemala, the Democratic Republic of Congo, the Dominican Republic, Brazil, Chile, and other countries. These interventions were often in support of authoritarian regimes that brutally repressed their own people and exacerbated corruption, violence, and poverty. Washington is still dealing with the fallout from such meddling today, confronting deep suspicion and hostility in many of these countries, which complicates U.S. foreign policy and undermines American interests.

A generation later, after the 9/11 terrorist attacks in 2001, Washington repeated many of these same mistakes. President George W. Bush committed nearly two million U.S. troops and over $8 trillion to a “global war on terror” and catastrophic wars in Afghanistan and Iraq. The Iraq war, much like Vietnam, was built on an outright lie. “We cannot wait for the final proof—the smoking gun that could come in the form of a mushroom cloud,” Bush infamously warned. But there was no mushroom cloud and there was no smoking gun, because the Iraqi dictator Saddam Hussein didn’t have any weapons of mass destruction. The war was opposed by many U.S. allies, and the Bush administration’s unilateral, go-it-alone approach in the run-up to the war severely undermined American credibility and eroded trust in Washington around the world. Despite this, supermajorities in both chambers of Congress voted to authorize the 2003 invasion.

The Iraq war was not an aberration. In the name of the global war on terror, the United States carried out torture, illegal detention, and “extraordinary renditions,” snatching suspects around the world and holding them for long periods at the Guantánamo Bay prison in Cuba and CIA “black sites” around the world. The U.S. government implemented the Patriot Act, which resulted in mass surveillance domestically and internationally. The two decades of fighting in Afghanistan left thousands of U.S. troops dead or wounded and caused many hundreds of thousands of Afghan civilian casualties. Today, despite all that suffering and expenditure, the Taliban is back in power.

quinta-feira, 21 de março de 2024

Música do BioTerra: Billy Morrison, Ozzy Osbourne, Steve Stevens - Crack Cocaine (Official) ft. Steve Stevens

Dia Mundial da Poesia

David Sylvian/Isabelle Adjani - There's One Word Missing/Il Manque Un Mot 


A Poesia "está no ar, nos olhos, na palavra dita e por dizer", lê-se na mensagem da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) a propósito do Dia Mundial da Poesia, que hoje se celebra.

"A Poesia não carece em absoluto de forma escrita: está no ar, nos olhos, na palavra dita e por dizer, na sensação e no sentimento do que amamos ou combatemos", lê-se na mensagem de autoria do escritor João de Melo.

Melo realça as diferentes facetas do poema, que é "escuridão e luz perpétua da claridade".

O autor afirma que "o poema é ao mesmo tempo dor e canção, desamparo e amor, solidão e solidariedade, desespero e esperança, escuridão e luz perpétua da nossa claridade".

"A Poesia é uma forma de linguagem para a beleza; uma imaginação verbal no seu estado mais puro. Apetece-me fazer-lhe o elogio como se ela fosse algo que estivesse ao mesmo tempo no centro (na essência) e muito para além de toda a Literatura", lê-se na mesma mensagem.

No texto, João de Melo sublinha a forte ligação da Poesia à Música.

"O que mais eu amo no poema é a sua proximidade ao sentimento e à música", assim abre a sua mensagem João de Melo, afirmando que "alguém inventou o poema para ser cantado".

"Criou-o como forma superior de pranto e oração aos deuses da Música, do Silêncio, do Sonho e da grande Melancolia que atravessa todos os séculos do Homem".

"Mas o que existe de tão luminoso na escrita dos poetas? E que pode haver de poético na linguagem dos prosadores? O poema pertence ao género masculino ou feminino?" questões colocadas por João de Melo, esclarecendo desde logo, que não veio para as responder.

Todavia, considera o autor "que há qualquer coisa de múltiplo na ideia de cada um acerca da Poesia".

"O elogio que dela se possa fazer não deve ser genérico nem abstrato. Cada um de nós traz em si, consigo, uma reserva desconhecida de Poesia. O nosso destino é também o dos poetas. Porque ela, Poesia, é um trabalho da sensibilidade e do ouvido - do ouvido que reconhece a música, mas também do outro: aquele que ouve e escuta o mundo, que ouve o silêncio e a voz dos humildes, dos humildes universais que devíamos ser todos nós".

Para Melo, a Poesia "é sobretudo uma voz no interior da linguagem, algo como um suspiro ou um grito sem voz, e tanto pode morar à esquina de um soneto ou de uma oitava, como em cima de um muro erguido pelas palavras, isto é, pela prosódia de uma prosa".

"Tal como o poeta, também o poema tem causas a suscitar ou a defender: do amor à amizade, da vida à morte, do júbilo à dor, da indignação à revolta, da rua e da casa do poeta à morada universal da humanidade inteira. Ele está na rua, connosco se deita e se levanta: caminha, trabalha e regressa a casa", afirma Melo que na sua mensagem cita poemas de Natália Correia, João Ruiz de Castelo-Branco, Luís de Camões, Herberto Hélder, Ruy Belo e um dos heterónimos de Fernando Pessoa, Alberto Caeiro.

Pior que tudo, remata João de Melo, "será um homem despedir-se da sua memória da Poesia".

Adotado pela Organização das Nações Unidas para a Cultura, Educação e Ciência (UNESCO, na sigla em inglês) em 1999, o Dia Mundial da Poesia pretende "homenagear poetas, reviver tradições orais de recitais de poesia, promover a leitura, escrita e ensino de poesia, e fomentar a convergência entre a poesia e outras artes".

Energia nuclear para descarbonização da Europa é desnecessária


O prolongamento da vida útil da energia nuclear na Europa é desnecessário para a descarbonização, indica um relatório do Gabinete Europeu do Ambiente (EEB, na sigla original), ontem divulgado.

Segundo as conclusões do EEB, que junta 180 associações ambientalistas de 38 países, as energias renováveis, a poupança de energia e opções de flexibilidade podem substituir a energia nuclear, sendo viável a eliminação gradual da “frota nuclear envelhecida da Europa e alcançar a neutralidade carbónica até 2040”.

O relatório é divulgado na véspera de uma cimeira em Bruxelas sobre energia nuclear, que junta dirigentes políticos e empresas, para debater o papel da energia nuclear na redução dos combustíveis fósseis, aumentando a segurança energética e o desenvolvimento económico.

A cimeira será copresidida pelo primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, e pelo diretor-geral da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), Rafael Mariano Grossi e surge na sequência da inclusão do nuclear na declaração da cimeira da ONU sobre o ambiente que decorreu no final do ano passado no Dubai (COP28), admitindo a energia nuclear como fonte de energia com baixas emissões de dióxido de carbono.

No entanto, de acordo com o relatório do EEB, a construção de novas centrais nucleares é “uma estratégia irrealista para a descarbonização”.

Porque tem custos muito elevados e a construção é demorada está também em debate o prolongamento da vida das atuais centrais nucleares, algo que o relatório do EEB também contraria.

O documento mostra “que a atual frota nuclear pode ser eliminada gradualmente, a par dos combustíveis fósseis, à medida que os países da União Europeia (UE) transitam para um sistema energético drasticamente mais eficiente, alimentado por energias renováveis e apoiado por opções de flexibilidade”.

“À medida que as energias renováveis crescem e a procura de energia diminui, o papel da energia nuclear na Europa torna-se redundante. Veja-se o caso de Espanha, onde o aumento da energia eólica, solar e hídrica fez baixar os preços da eletricidade e obrigou as empresas de energia a suspender a energia nuclear para evitar perdas financeiras”, acrescenta.

O EEB salienta que a frota nuclear da UE está envelhecida, que todas as centrais, exceto duas, foram construídas antes de 2000, e que sem extensões de prazo a maioria das centrais deve encerrar até 2030. Segundo o organismo europeu, a contribuição da energia nuclear para o cabaz elétrico está em declínio na UE e os custos a aumentar.

O relatório conclui que os esforços de descarbonização dos Estados membros da UE devem dar prioridade à redução do consumo de energia na indústria, nos edifícios e nos transportes, ao mesmo tempo que aumentam a implantação das energias renováveis.

Por causa da cimeira, uma coligação internacional de ativistas vai organizar uma manifestação de protesto em Bruxelas. A organização ambientalista Greenpeace UE diz em comunicado que os ativistas protestam contra o que consideram “contos de fadas nucleares”.

Esta semana, mais de 500 organizações de todo o mundo assinaram uma declaração anti-nuclear, defendendo “energia segura, acessível e amiga do clima para todos”, e apelando aos governos para que não desperdicem tempo e dinheiro com esses “contos de fadas”.

Outra organização ambientalista, que junta associações europeias, a “Climate Action Network” (CAN Europe) apresenta também um documento segundo o qual a energia nuclear é “uma perigosa distração” da transição para um sistema energético baseado em energias renováveis, “e ameaça atrasar a urgente eliminação progressiva dos combustíveis fósseis”.

“Vemos com crescente preocupação o renascimento da energia nuclear”, diz Thomas Lewis, da CAN Europe, frisando que as energias renováveis são o substituto mais barato, mais rápido e mais viável para os combustíveis fósseis.

terça-feira, 19 de março de 2024

Nuno Júdice - Fragmentos


Fôssemos assim, inundados desta sabedoria.

1
Aceita o transitório; nada do que
é definitivo, dura, te pode atingir
2
Algo de visível perpassa
nos limites do ser.
3
De noite, o vento partiu
um dos vidros das traseiras.
4
Só o ruído da noite sobrevive
à luz e ao furor matinais.
5
(Se aquelas nuvens, no horizonte,
chegassem até mim…)
6
O fragmento, porém, exprime
o estilhaçar da intensidade.
7
No último fragmento, fixa
o efémero e repousa.

In Meditação sobre Ruínas

Poema de Nuno Júdice: O Jogo


Falta cor, falta circo, falta teatro, falta alegria nas ruas. Como faz falta.

O Jogo
Abro a caixa do inverno. Tiro os ventos,
as rajadas da chuva, os bancos de neve de onde
fugiram todos  os pássaros. Desenrolo à minha
frente os pântanos do inverno, Ando à volta
deles para desentorpecer as pernas; sacudo
o frio das mãos, limpo a chuva que se me colou
aos cabelos. Depois volto a lançar os dados
– e avanço até à primavera.

Nuno Júdice, O meu primeiro álbum de poesia, selecção de Alice Vieira, Dom Quixote, Lisboa, 2007